Neste 19 de setembro de 2021, o educador Paulo Freire estaria completando 100 anos de idade. A sua influência é notória nos dias de hoje nos processos educativos, nos movimentos sociais, na pesquisa, na ciência e na cultura. Já em relação à extensão universitária, não podemos esquecer da grandiosa e pertinente análise e reflexão que ele teceu ao perguntar “Extensão ou Comunicação?”.

Quem foi Paulo Freire?

Pernambucano, filho de uma dona de casa e de um oficial da Polícia Militar, Paulo nasceu em Recife em 1921 e teve três irmãos. Mesmo pertencente à classe média brasileira, ele e sua família vivenciaram a pobreza e a fome causadas pela Depressão em 1929. As experiências vividas durante a sua infância foram fundamentais para o desenvolvimento da preocupação com os mais pobres e o entendimento de que eles mereciam um processo de alfabetização, culminando nas propostas pedagógicas revolucionárias, que ganharam vida anos depois. 

Em 1963, graças ao seu método, Freire alfabetizou cerca de 300 cortadores de cana de açúcar em apenas 45 dias, enquanto era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife.

Paulo Freire foi essencial para hoje enxergarmos a educação como instrumento de poder. Em sua mais famosa obra Pedagogia do Oprimido, de 1970, o educador dialoga sobre a autonomia do indivíduo em busca de sua formação e como a educação é primordial para se libertar de certos estigmas e conquistar a sua humanidade.

Essa linha de pensamento é muito importante quando analisamos o contexto contemporâneo da Universidade. A articulação dos conhecimentos adquiridos academicamente por meio das pesquisas e do ensino, relacionados às vivências e às necessidades da comunidade onde a Universidade está inserida, devem possibilitar a transformação da realidade. Essa transformação representa o entendimento desenvolvido por Paulo Freire, atual patrono da Educação Brasileira, sobre o papel revolucionário da educação e o potencial transformador do coletivo humano. 

O centenário dessa importante personalidade brasileira representa para o presente, um futuro de possibilidades e transformações. A presença de Freire na extensão e na cultura da universidade brasileira é, e sempre será, crucial para o processo de ensino e de aprendizagem, assim como para o necessário diálogo da comunidade acadêmica com a sociedade e a integração dos diversos saberes existentes.